Jesus no Cotidiano

Richard Simonetti -

Comemorávamos o aniversário de companheiro espírita, em sua residência. Após o apagar das velinhas, enquanto saboreávamos o bolo tradicional, falava-se a respeito de menores delinquentes que conturbam o ambiente social e geram intranquilidade na população.

Opiniões variadas, em favor da solução do problema, foram emitidas: – Reduzir a maioridade penal. Há marmanjos de 14 anos, que se livram da cadeia por serem menores…
– É preciso instituir medidas mais rigorosas, penalidades mais severas. Mesmo os que cometem delitos graves, pouco tempo estagiam na prisão…
– Os pais deveriam ser responsabilizados. Se não cuidam bem da educação dos filhos, favorecem a marginalidade…
– Culpa do governo também.
Deveria investir mais e melhor em benefício do menor carente…
Em dado momento, o irmão do dono da casa, ligado a uma igreja evangélica, pediu licença e falou, solene:

Pois eu vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus. (Mateus, 5:20.) Perturbador silêncio instalou-se no recinto, ante a inusitada sentença.
O dono da casa descontraiu, brincando:
– Chegou o profeta!
Embora rindo, demo-nos conta de algo de que ninguém cogitara em relação ao assunto: o parecer do Mestre dos mestres – Jesus.

O “profeta” comentou:
– Desculpem o atrevimento, mas preocupa-me muito o fato de que, vivendo num país em que a vasta maioria da população é ligada a um movimento religioso que tem Jesus por Mestre, não nos preocupemos em apelar para o Evangelho na solução dos problemas humanos.
Como sabemos, a justiça dos escribas e fariseus, a que se refere Jesus no Sermão da Montanha, é a observância das leis ao pé da letra, sem nuances, sem avaliação mais profunda dos problemas humanos.

Em se tratando de menores infratores, de nada adiantará observar leis humanas, torná-las mais rigorosas, antecipar a maioridade. É preciso eliminar as origens do mal, na família carente e desajustada, na falta de orientação religiosa, de educação adequada. E isso não é problema para os governos apenas. É desafio para toda a população de classe média e abastada. Quando todos se envolverem com problemas dessa natureza, eles serão resolvidos.

A feliz intervenção de nosso irmão evangélico sugere uma reflexão, amigo leitor, em torno de um desafio que raros se dispõem a enfrentar: trazer Jesus para o cotidiano.
Você seria capaz de fazer uma citação evangélica ou um comentário em torno das lições de Jesus fora do círculo religioso, numa reunião informal, num bate-papo, numa situação qualquer, no lar, na rua, no ambiente profissional, num aniversário?

Se responder afirmativamente, parabéns! Você é uma exceção. Raros fazem isso. As pessoas têm constrangimento, como se Jesus houvesse cogitado de assuntos do céu à distância da Terra. Quem fala de assuntos do céu, desbravando o Além, é o Espiritismo.
Todas as lições de Jesus, seus exemplos, suas parábolas, sua vivência estiveram sempre voltados para a existência humana, orientando-nos quanto ao melhor comportamento, a melhor decisão, a iniciativa mais proveitosa, o comentário mais oportuno, em qualquer situação.

É preciso quebrar esse constrangimento, trazer Jesus para o cotidiano, estudar suas lições, associá-las aos nossos anseios e iniciativas e, sobretudo, familiarizar nossos filhos com suas luzes.

Neste particular, o grande recurso está no chamado Evangelho no Lar, uma reunião em família para conversar sobre Jesus, prática que vem sendo disseminada no meio espírita.
É muito simples. Elege-se dia e horário na semana, em que todos os membros da casa possam comparecer, observada a seguinte sequência: – Oração de abertura, pedindo o concurso dos bons Espíritos.

– Leitura de textos evangélicos à luz do Espiritismo.
– Troca de ideias em torno da leitura, sempre enfatizando o Evangelho como lente poderosa para compreender o que acontece no mundo.
– Vibrações em favor de pessoas necessitadas.
– Oração de encerramento, agradecendo pelas bênçãos recebidas. Em apenas trinta minutos de conversação espiritualizada, temos um abrir de portas à influência dos benfeitores espirituais, que nos ajudarão a fixar no cérebro o conhecimento do Evangelho, para que o coração se renda às virtudes cristãs.
Assim, onde quer que estejamos, teremos sempre na sabedoria da Boa Nova o pensamento mais oportuno, a conduta mais virtuosa, o estímulo renovado em favor de uma existência feliz e proveitosa, com Jesus em nosso cotidiano.

Fonte: FEB - Federação Espírita Brasileira - Revista Reformador

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