Milagres Segundo o Espiritismo


Marcelo Henrique*

Para os que consideram a matéria a única potência da Natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso, ou sobrenatural, e, para eles, maravilhoso é sinônimo de superstição.”
Allan Kardec (“O Livro dos Médiuns”, cap. II, item 10).


MILAGRE – CONCEITO
Do latim miraculum, significa, no sentido amplo, MARAVILHOSO. Do hebraico Mophet, Péle, Oth, MARAVILHA ou SINAL. No Novo Testamento, é Dunamis [PODER] ou Semeion [SINAL]. Os milagres de Jesus são traduzidos como Erga (ergá) [OBRAS].

Na Bíblia, em suas diferentes traduções, tem como sentido, bem mais restritivamente, ATO DIVINO, um desvio das operações naturais e normais, com a finalidade de AUTENTICAR ou JUSTIFICAR uma mensagem divina.

Tradicionalmente tem sido configurado como COISA EXTRAORDINÁRIA, ADMIRÁVEL DE SE VER.

A Teologia o configura como ATO DO PODER DIVINO, CONTRÁRIO ÀS LEIS COMUNS DA NATUREZA. 

MILAGRE – CONCEITO ESPÍRITA
•    Teria o Espiritismo a mesma conceituação para MILAGRE?

•    Como conceber, à luz do Espiritismo, os Milagres de Jesus, feitos ao seu tempo conforme contido nos Evangelhos, assim como os episódios de todos os tempos e atualmente, de pessoas que frequentam Igrejas, Santuários ou Templos, ou são atendidas em centros espíritas (sobretudo aqueles dedicados ao trabalho assistencial e à cura)?

•    Referências Teóricas Espíritas:
1)    “A Gênese”, capítulo XV (“Os Milagres do Evangelho”), itens 1 a 67

2)    “O Evangelho”, em diversos capítulos, sobre os feitos de Jesus de Nazaré.

3)    “O Livro dos Espíritos”, em especial os itens 111 (Espíritos Superiores), 112-113 (Espíritos Puros), 625 (Guia e Modelo para a Humanidade).


Os Milagres, assim, para a Doutrina dos Espíritos não têm a mesma conceituação geral dada por outras filosofias, seitas ou religiões. Kardec e os Espíritos Superiores afastam o caráter sobrenatural (mítico, místico, fantástico) para os Milagres, conceituando-nos como parte do chamado sexto sentido da personalidade humano-espiritual: o da mediunidade.
Os fenômenos apresentados nos Evangelhos e, até hoje, em eventos ocorridos em todos os tempos e em distintas sociedades, fazem parte, portanto da natureza espiritual, obedecendo à própria NATUREZA dos ESPÍRITOS.


A FIGURA DE JESUS DE NAZARÉ E O MITO JESUS, O CRISTO DE DEUS

•    Contexto sociocultural da Humanidade – Hemisfério Ocidental. Cristianismo. Influência da Religião Cristã. Diversificação de crenças, seitas e religiões. Evangelismo. Igrejas Neopentecostais.

•    Contexto Brasileiro. Majoritarismo do Cristianismo. Maior nação católica e espírita do mundo. Pluralismo Religioso, Étnico e Cultural. Formação do “povo” brasileiro. Religiões originais (indígena, africana e jesuitismo católico).

•    Contexto Individual. Encarnações. Reencarnação. Bagagem Espiritual. Cultura das Encarnações. Cultura Atual. Miscigenação.

•    Organização do Espiritismo. Bases Católicas. Espíritos de formação religiosa como mensageiros na Codificação e como guias e mentores de médiuns e instituições espíritas. Conceituação do Espiritismo como Religião. Movimento Filosófico Científico Laico. Coexistência e aproximação entre vertentes espíritas. 

•    O porvir. O aprofundamento de conceitos. A continuidade dos ensinos dos Espíritos. Atualização e progressividade dos conceitos espíritas.

Não há progresso humano sem esforço. O esforço na busca pelo conhecimento espiritual é individual e diferente entre os seres em caminhada. Majoritariamente, o Espiritismo tem se organizado à feição de grupos religiosos, aqueles que consideram o Espiritismo como uma religião, apesar da inexistência de dogmas, ritos, rituais e organização clerical. Kardec, a seu tempo, já havia discutido a questão, apresentando a conclusão de que o Espiritismo não seria UMA religião, no aspecto formal e organizacional, mas uma filosofia com bases científicas e consequências morais. A religiosidade de cada individualidade, assim, permite o exercício das virtudes, da ética (que pode ser cristã ou receber qualquer outra adjetivação) e que não se confunde com o corpo doutrinário espírita.

Também em curiosas dissertações contidas na Revista Espírita (Revue Spirite), que ele publicou sequencialmente nos doze anos em que laborou pelo Espiritismo (1857 – 1869), Kardec trata de fases ou períodos espíritas. Em uma delas, apresenta a tese de que os espíritas vivenciariam o chamado “período religioso”, que sucedeu ao da curiosidade, o da filosofia e o das lutas, para alcançar o “período intermediário” que nos levaria ao “período de regeneração social”. Numa interpretação livre dos escritos kardecianos, entendemos estar chegando ao fim, de fato, a fase religiosa espírita, com a perspectiva da ampliação das pesquisas e estudos filosófico-científicos espiritistas (retomada da base kardeciana) e, a partir do maior interesse de inúmeras pessoas em várias partes do mundo, ter-se-á a vivência dos postulados espíritas, refletidas na conduta, nas organizações sociais e nas legislações, preparando o advento da etapa de regeneração social, em que o orbe alcançará a categoria de Mundo de Regeneração, superado o de Provas e Expiações.
Neste sentido, o afastamento das interpretações literais e meramente místico-religiosas das questões da natureza humana (incluindo-se aí os Milagres), com argumentação filosófica e comprovação científica, fará com que o Espiritismo se converta em “crença social”, pela demonstração dos fatos e pela validação de teorias espiritistas, sem a menor necessidade de que “todos” se digam ou se afiliem a organizações ou instituições espíritas.


OS MILAGRES DE JESUS CITADOS NOS EVANGELHOS

Kardec selecionou alguns dos milagres de Jesus a partir dos textos conhecidos contidos nos Evangelhos.

Organizou-os por temáticas: 
1) Antes do nascimento de Jesus (“Sonhos” e “Estrela dos Magos”); 
2) Vista Dupla (“Entrada de Jesus em Jerusalém ”, “Beijo de Judas”, “Pesca Milagrosa”, “Vocação de Pedro, André, Tiago, João e Mateus ”); 
3) Curas (“Perda de Sangue ”, “O cego de Betsaída”, “O paralítico”, “Os dez leprosos”, “A mão seca”, “A mulher encurvada”, “O paralítico da piscina”, “O cego de nascença”, “Numerosas curas de Jesus”, “Os possessos”); 
4) Ressurreições (“A filha de Jairo”, “O filho da viúva de Naim”; 
5) Outros (“Jesus caminha sobre as águas”, “Transfiguração”, “A tempestade amainada”, “As bodas de Caná”, “Multiplicação dos pães”, “O fermento dos fariseus”, “O pão do céu”, “Tentação de Jesus”; e 6) Eventos durante a Morte e o Pós-Morte de Jesus (“Prodígios por ocasião da morte de Jesus”, “Aparições depois de sua morte”, “Desaparecimento do corpo de Jesus”).

À guisa de localização literária, nosso querido amigo Ivan René Franzolin (São Paulo – SP), preparou e publicou interessante tabela comparativa , reunindo as transcrições dos quatro evangelistas reconhecidos pela Igreja Cristã (Marcos, Mateus, Lucas e João), que tomamos a liberdade de transcrever:

[1] Trata-se do envio por Jesus de dois discípulos a Jerusalém para requererem um jumentinho que se encontrava na entrada da cidade, para trazê-lo até ele, para que ele o montasse.
[2] Pescadores de Homens.
[3] A mulher hemorroísa.
[4] Texto intitulado “Os 38 ‘milagres’ de Jesus na visão espírita”.

 

Relação dos 38 "milagres" de Jesus

Fenômenos com a natureza

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

Multiplicação dos pães

14:13-21

6:30-44

9:10-17

6:1-15

2

Tempestade amainada

8:23-27

4:35-41

8:22-25

 

3

Andar sobre as águas

14:22-33

6:45-52

 

6:16-21

4

Segunda multiplicação dos pães

15:32-39

8:1-10

   

5

Dessecação da figueira

21:18-22

11:12-14

   

6

Pesca surpreendente

   

5:1-11

21:3-14

7

Transformação da água em vinho

     

2:1-11

8

Escuridão no céu

27:45

15:33

23:44

 

Fenômenos com Jesus

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

Passa incólume pelos inimigos

   

4:29-30

8:59

2

Transfiguração

17:1- 3

9:2- 4

9:28-30

 

3

Ressurreição

28:1- 7

16:1- 8

24:1-12

20:1-10

Curas

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

A sogra de Pedro

8:14-15

1:29-31

4:38-39

 

2

Um leproso

8:2- 4

1:40-45

5:12-16

 

3

Um paralítico

9:1- 8

2:1-12

5:17-26

 

4

A mão atrofiada

12:9-14

3:1- 6

6:6-11

 

5

A mulher hemorrágica

9:20-22

5:25-34

8:43-48

 

6

Os cegos de Jericó

20:29-34

10:46-52

18:35-43

 

7

O filho do oficial romano

     

4:46-54

8

O criado do centurião

8:5-13

 

7:1-10

 

9

Os dois cegos

9;27-31

     

10

O surdo-mudo

 

7:31-37

   

11

O cego de Betsaida

 

8:22-26

   

12

O hidrópico

   

14:1- 6

 

13

Os dez leprosos

   

17:11-19

 

14

A orelha do servo do Sumo-sacerdote

   

22:50-51

 

15

O enfermo no tanque de Betesda

     

5:1-18

16

O cego de nascença

     

9:1-41

Exorcismos

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

O possesso de Gerasa

8:28-34

5:1-20

8:26-39

 

2

O possesso de Cafarnaum

 

1:21-28

4:33-36

 

3

A filha da mulher cananéia

15:21-28

7:24-30

   

4

Maria Madalena

 

16:9

8:2

 

Exorcismos com cura

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

O menino mudo e epilético

17:14-21

9:14-29

9:37-43

 

2

O possesso mudo e cego

12:22-23

     

3

O possesso mudo

9:32-34

 

11:14

 

4

A mulher encurvada

   

13:10-17

 

Voltar à vida

Mateus

Marcos

Lucas

João

1

A filha de Jairo

9:18-26

5:21-43

8:40-56

 

2

O filho da viúva de Naim

   

7:11-17

 

3

Lázaro

     

11:1-44

 

Para complementar o louvável trabalho do nosso companheiro Franzolin, fizemos a correspondência de suas referências com as citações contidas nas obras fundamentais espíritas, assim postas:


Relação dos 38 "milagres" de Jesus e Correspondência na Codificação

 

Fenômenos com a natureza

Mateus

Marcos

Lucas

João

Codificação[1]

1

Multiplicação dos pães

14:13-21

6:30-44

9:10-17

6:1-15

AG, XV: 48

2

Tempestade amainada

8:23-27

4:35-41

8:22-25

 

AG, XV: 45-46

3

Andar sobre as águas

14:22-33

6:45-52

 

6:16-21

AG, XV: 41-42

4

Segunda multiplicação dos pães

15:32-39

8:1-10

   

AG, XV: 48

5

Dessecação da figueira

21:18-22

11:12-14

   

EV, XIX: 8-10

6

Pesca surpreendente

   

5:1-11

21:3-14

AG, XV: 7 e 9

7

Transformação da água em vinho

     

2:1-11

AG, XV: 47

8

Escuridão no céu

27:45

15:33

23:44

 

AG, XV: 54-55

Fenômenos com Jesus

Mateus

Marcos

Lucas

João

Codificação

1

Passa incólume pelos inimigos

   

4:29-30

8:59

 

2

Transfiguração

17:1- 3

9:2- 4

9:28-30

 

AG, XIV: 35-39 e XV: 43-44

3

Ressurreição

28:1- 7

16:1- 8

24:1-12

20:1-10

AG, XIV: 29-30 e XV: 37-40

Curas[2]

Mateus

Marcos

Lucas

João

Codificação

1

A sogra de Pedro

8:14-15

1:29-31

4:38-39

 

 

2

Um leproso

8:2- 4

1:40-45

5:12-16

 

EV, XIII: 2-3

3

Um paralítico

9:1- 8

2:1-12

5:17-26

 

AG, XV: 14-15

4

A mão atrofiada

12: 9-14

3:1- 6

6:6-11

 

AG, XV: 18

5

A mulher hemorrágica

9:20-22

5:25-34

8:43-48

 

AG, XV: 10-11

6

Os cegos de Jericó

20:29-34

10:46-52

18:35-43

 

 

7

O filho do oficial romano

     

4:46-54

 

8

O criado do centurião

8:5-13

 

7:1-10

 

 

9

Os dois cegos

9:27-31

     

 

10

O surdo-mudo

 

7:31-37

   

 

11

O cego de Betsaida

 

8:22-26

   

AG, XV: 12-13

12

O hidrópico

   

14:1- 6

 

 

13

Os dez leprosos

   

17:11-19

 

AG, XV: 16-17

14

A orelha do servo do Sumo-sacerdote

   

22:50-51

 

 

15

O enfermo no tanque de Betesda

     

5:1-18

AG, XV: 21-23

16

O cego de nascença

     

9:1-41

AG, XV: 24-25

Exorcismos[3]

Mateus

Marcos

Lucas

João

Codificação

1

O possesso de Gerasa

8:28-34

5:1-20

8:26-39

 

 

2

O possesso de Cafarnaum

 

1:21-28

4:33-36

 

AG, XV: 29

3

A filha da mulher cananéia

15:21-28

7:24-30

   

 

4

Maria Madalena

 

16:9

8:2

 

 

Exorcismos com cura[4]

Mateus

Marcos

Lucas

João

Codificação

1

O menino mudo e epilético

17:14-21

9:14-29

9:37-43

 

AG, XV: 31

2

O possesso mudo e cego

12:22-23

     

AG, XV: 32

3

O possesso mudo

9:32-34

 

11:14

 

AG, XV: 30

4

A mulher encurvada

   

13:10-17

 

AG, XV: 19-20

 
[5] Abreviaturas: AG (“A Gênese”), EV (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”), LM (“O Livro dos Médiuns”), CI (“O Céu e o Inferno”), LE (“O Livro dos Espíritos”) e OP (“Obras Póstumas”).
[6] Em Mateus, 4: 23-25, há a descrição genérica das muitas curas de Jesus, assim evidenciadas nos itens 26 a 28 do Capítulo XV de “A Gênese”: “Jesus ia por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todos os langores e todas as enfermidades no meio do povo. - Tendo-se a sua reputação espalhado por toda a Síria; traziam-lhe os que estavam doentes e afligidos por dores e males diversos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos e ele a todos curava. - Acompanhava-o grande multidão de povo da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e de além Jordão.
[7] Nos itens 33 a 36, do Capítulo XV, de “A Gênese” há explicações gerais sobre a possessão e seus efeitos.
[8] Idem ao item “7”.
O ESPIRITISMO E OS MILAGRES – O TRABALHO DE KARDEC – A GÊNESE

As explicações dadas pelos Espíritos Superiores em relação aos Milagres e as Conclusões de Kardec podem ser assim evidenciadas:

a)    Os fatos narrados no Evangelho pertencem à ordem dos fenômenos psíquicos. Sua causa está diretamente relacionada às faculdades/atributos da alma, presentes em todos os tempos e povos. Sua origem não é, pois, sobrenatural, mas natural (natureza dos Espíritos, papel como força ativa da Natureza);
b)    Jesus é Espírito Superior, mas não Puro. Os Espíritos superiores (a teor dos itens 112 e 113 de OLE não reencarnam jamais). Os puros, sim, em MISSÃO (item 111). Jesus é um Espírito dos de ordem mais elevada, missionário (mensageiro direto da Divindade). Possuía dupla vista permanente e de penetração excepcional (imensa força magnética e desejo incessante de fazer o bem). Presciência, Premonição, Visão à distância, Leitura dos Pensamentos e Intenções. Médium não de outros Espíritos desencarnados, mas de si mesmo posto que ele assistia aos outros, ou médium de Deus.
c)    Em relação aos fatos pregressos à encarnação de Jesus, a “fuga para o Egito” sugerida em sonho a José é manifestação de Espíritos familiares e protetores, na forma de conselho direto. A “Estrela dos Magos” não é uma estrela mas a aparição de um Espírito sob a forma luminosa, manipulando seu fluido perispiritual.
d)    Nos acontecimentos gerais (“Entrada de Jesus em Jerusalém”, “Beijo de Judas”, “Pesca Milagrosa”, “Vocação de Pedro, André, Tiago, João e Mateus”) tem-se o poder de dupla vista em grau supremo que é o estado normal de Jesus. Jesus não materializa nem produz os peixes, mas sabe a sua localização exata, por exemplo. E quando convoca pessoas comuns do povo, que “via” pela vez primeira, lê os pensamentos daqueles – visão espiritual que conhece os desejos e sentimentos mais profundos e recônditos;
e)    Nas Curas (“Perda de Sangue ”, “O cego de Betsaída”, “O paralítico”, “Os dez leprosos”, “A mão seca”, “A mulher encurvada”, “O paralítico da piscina”, “O cego de nascença”, “Numerosas curas de Jesus”, “Os possessos”), tem-se a transferência fluídica direta de Jesus para os enfermos, em alguns casos pela simples irradiação sem magnetização ou imposição de mãos;
f)    Ao mencionar a fé ou ao recomendar “não peques mais”, Jesus condiciona a cura à equação (poder fluídico + faculdades da alma + predisposição para a melhora = cura). 
g)    “A tua fé te salvou”. Desejo ardente, fé e confiança do enfermo, não como atividade mística, mas como força atrativa. Mediunidade curadora. Curas instantâneas ou graduais (decorrentes de ação firme e reiterada);
h)     Sua afirmação “teus pecados estão perdoados” simboliza, espiritualmente, o fim das expiações do passado do doente, considerando a solidariedade entre as existências espirituais;
i)    Culturalmente muitas das doenças e males eram diretamente atribuídas aos Demônios. Confusão das enfermidades patológicas com as obsessões. O cuidado nos dias atuais, por parte das instituições espíritas que praticam atendimento, cirurgias e curas espirituais. Manutenção dos tratamentos clínicos e dos medicamentos receitados;
j)    Nas curas envolvendo água (da piscina), saliva e areia não são estes elementos físicos que contém as propriedades curativas (virtudes, fluidos). É o Espírito Jesus quem as possui e as repassa. Fluidificação da água, de roupas, tratamento à distância ou presencial nas instituições espíritas de hoje.
k)    Inclusão social: menção aos samaritanos que eram execrados socialmente como párias. Críticas aos fariseus e saduceus. Enaltecimento de virtudes em todos os homens;
l)    As curas no Sábado (Sabbath). Os princípios judaicos. As acusações contra Jesus; e,
m)    A sugestão de Jesus para que fizéssemos o mesmo: “Vós sois deuses, brilhe a vossa luz”; “Tudo o que faço, vós também podeis fazer”; e, “Quem tem fé em mim fará as obras que faço e fará obras maiores que estas”. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

"Nada é sobrenatural, nós o repetimos, porque fora da natureza criada e da natureza incriada, não há absolutamente nada concebível; mas há do sobre-humano, quer dizer, dos fenômenos que podem ser produzidos por outros seres inteligentes senão os homens, segundo as leis de sua natureza ou bem produzidos, seja mediatamente, seja imediatamente por Deus, segundo a sua natureza ainda e segundo as suas relações naturais com suas criaturas."
[Comunicação do Espírito PHILALETHÈS, publicada na Revista Espírita de maio de 1867, em crônica sob o título “O Emprego da Palavra Milagre”]

“Com o definitivo reconhecimento dos princípios espíritas, culminará o processo de substituição do antigo paradigma mecanicista-materialista e dogmático-religioso que dominou nossa história durante dois milênios e o mundo se abrirá ao novo paradigma científico-espiritualista que já se observa no horizonte do terceiro milênio. Um paradigma que reúne ciência e consciência; que brilha por sua disposição ecológica para o respeito e a preservação da vida e da natureza; por sua visão holística, na qual concebe o homem como uma entidade dinâmica e integrada de caráter biopsicossocioespiritual, e pelo impulso que oferece ao comportamento altruísta, solidário e fraterno dirigido à edificação de um mundo belo, livre, justo, igualitário e amoroso, como pensaram e sonharam os seres que com sua luz, seu exemplo e esforço têm promovido a transformação de nossa humanidade.
    Quando isso acontecer estará cumprida a missão do Espiritismo!” (Aizpúrua, Jon. “Fundamentos do Espiritismo”, p. 303-304).

OBRAS COMPULSADAS
Aizpúrua, Jon. Os Fundamentos do Espiritismo.
Armond, Ismael. O Cristianismo Primitivo.
Blainey, Geoffrey. Uma Breve História do Cristianismo.
Kardec, Allan. A Gênese.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos.
Morelli, Aderbal. Dicionário de Fenômenos Paranormais e Mediúnicos.
Palhano Jr., J. Teologia Espírita.
Ribas, Penna. Jesus de Nazaré. Como ele foi. Como ele é.
Rohden, Huberto. A Mensagem Viva do Cristo.
Schutel, Cairbar. O Espírito do Cristianismo.
Schutel, Cairbar. Parábolas e Ensinos de Jesus.
Souza, José Pinheiro de. Mentiras sobre Jesus. Desafio para o diálogo religioso.


* Assessor Administrativo da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE), Assistente da Vice-Presidência de Cultura e Ciência da Federação Espírita Catarinense (FEC), Delegado e Membro do Conselho Executivo da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA) e Membro-Correspondente da ASSEPE em Florianópolis (SC).

Palestra proferida no CEJN-Centro Espírita Jesus de Nazaré na 5. Jornada.

 

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