Inclusão ou Exclusão?
POR OLENYR TEIXEIRA
Aceitar as diferenças com fraternidade, tolerância e compreensão
Que a Revelação, trazida pelos Numes Espirituais à Humanidade terrena, trouxe, em retorno, os sublimes enunciados do Mestre Jesus, não nos resta qualquer dúvida.
O Emissário Divino, há vinte séculos, proferiu, claramente, essa assertiva, conforme relato do evangelista João, em seu capítulo 14, v. 26 “...Mas o Consolador, o Santo Espírito, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”
Portanto, tudo o que nos foi ensinado por esse amoroso Mestre, naquela ocasião, seria relembrado quando surgisse sobre a Terra a Doutrina de luz que abraçamos.
O Espiritismo “(...) desenvolve, completa e explica, em termos claros para todo mundo, o que não fora dito senão sob forma alegórica. Vem cumprir, no tempo predito, o que Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras.” (1)
As lições proferidas por Jesus e anotadas pelos seus evangelistas falam-nos, a cada momento, das virtudes que nós, espíritos, deveremos conquistar, para o alcance da verdadeira felicidade, face à
inexorável Lei do Progresso, determinada por Deus para todas as Suas criaturas.
A pilastra básica dessas virtudes é, evidentemente, o Amor. E, como caminhos para a conquista do Amor, deveremos vivenciar a fraternidade, a tolerância e a compreensão para com aqueles que nos rodeiam.
Demoramos demais para entender isto. Negamo-nos a compreender os outros, faltamos com a indulgência, esquecemos a fraternidade - que deve existir, soberana, entre os filhos de Deus.
Foi dessa forma que atravessamos várias existências corpóreas, nas quais o nosso avanço foi por demais diminuto. Mas Deus, na Sua Infinita Misericórdia, permitiu-nos este novo estágio na matéria e, atendendo às nossas necessidades (ou, quem sabe, nossas próprias rogativas), aproximou-nos da Doutrina Espírita, para que entendêssemos, por fim, as Leis de Amor, de Justiça e de Caridade.
Mais ainda: Possibilitou-nos a participação no Movimento Espírita, através do qual estaríamos em contato com irmãos que, face à não libertação de certos atavismos, incorporam, às práticas espíritas, aspectos que não lhes são de todo inerentes. Mas são espíritas, sim. Estudam e divulgam a Doutrina, dela haurindo as verdades trazidas pelos Espíritos do Senhor. E praticam o bem, cumprindo as Leis Divinas.
Tal como ocorre atualmente na coletividade, onde as leis sociais, mais aperfeiçoadas e humanizadas, apregoam que não devemos, de forma alguma, marginalizar qualquer das criaturas que conoscoompartilhem da presente encarnação, seja pelas suas condições físicas, ou culturais, ou sociais, mas sim incluí-las, dando-lhes as mesmas garantias de direitos cabí-veis a quaisquer outras, não podemos ignorar e rechaçar aqueles nossos companheiros adeptos ou trabalhadores da seara espírita.
São, duplamente, irmãos nossos. Irmãos perante Deus e também perante a Doutrina.
Nosso papel será o de esclarecê-los, fraternalmente, quanto aos hábitos que ainda partilham. Mas, para isso, temos de aproximá-los do Movimento Espírita organizado e colocá-los ao nosso lado, fazendo com que participem do trabalho de forma mais adequada, isenta de modismos ou práticas diferenciadas. Ou seja: incluí-los. Favorecê-los com o nosso carinho e o nosso respeito, agindo com absoluta fraternidade.
É através dessa forma que estaremos fortalecendo esse mesmo Movimento e entendendo a mensagem dos Amigos Espirituais, especialmente a do Espírito de Verdade, quando escreveu: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.” (2)
(1) – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, EME, 5ª. edição, tradução de Matheus Rodrigues de Camargo. Cap. I, item 7.
(2) – Idem. Cap. VI, item 5
Fonte: FEC - O Federativo